Série: Ok, também te amo. Capítulo 5: Depois da balada.

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Vi o Rodrigo sumindo da minha vista no meio daquela balada. Senti como se as minhas pernas perdessem o equilíbrio e não conseguissem mais sustentar o peso do meu corpo. Naquele momento o meu coração era a parte que mais pesava em mim. Não sabia se chorava ou se sorria. Se corria atrás dele ou se, mesmo querendo tanto que ele voltasse pra mim, ignorava a sua presença e continuava seguindo o meu caminho. Afinal, foi por esse motivo que eu escolhi acabar, foi pra seguir sozinha e me reencontrar. Se o peso que tivesse que pagar fosse esse desequilíbrio emocional que eu senti ao vê-lo, e aquela saudade que de vez em quando doía, tudo bem, que doesse tudo o que tinha pra doer. Uma hora iria passar.  

Tomei mais algumas doses, dancei, cantei uma música em alto e bom som, como se não houvesse amanhã, sabe? Dizem que quando a gente se diverte como se não houvesse amanhã, por um momento a gente se esquece de algumas dores. O que não me disseram é que, às vezes depois da ressaca essa dor pode aumentar gradativamente. 

Eu já não enxergava mais as pessoas. Lembro que andei até o balcão, tropecei no barman e pedi mais uma cerveja. E foi nesse momento que a porra de um sentimento confuso começou. Não deveria, mas começou.

Cê ainda aguenta beber mais? Perguntou ele.
Só quero beber. Respondi.
Foi o último copo que tomei, acordei em casa com uma ressaca moral daquelas e perguntando pras amigas sobre o tamanho da vergonha que passei. Mais tarde, alguém me ligou. Era um número desconhecido e quando atendi, ele se apresentou:

É o Márcio. O barman de ontem à noite que te levou até o táxi. Dei o meu número ao motorista caso ele precisasse ligar com urgência. Você me passou o seu número depois que conversamos sobre signos e mapa astral, lembra? (risos) Sua amiga cuidou de passar o endereço pro motorista. Mas e então, cê chegou bem?



- Hahaha, cheguei sim. Mas como assim conversamos sobre signos? 

- Foi a primeira coisa que você me perguntou depois que elogiei o seus olhos. Disse que sou taurino e então você me respondeu dizendo que  taurinos são intensos. Te disse com um sorriso de canto meio que lamentando: Ser intenso às vezes dói. Cê até concordou, começou a falar sobre um bundão que te decepcionou pra caramba. Você não poupou xingamentos pra ele. E desculpas, mas eu só conseguia rir. Além de linda, você é engraçada.

- haha [silêncio] 

A conversa foi longa. Nunca imaginei que teríamos tanto assunto pra conversar. Falamos de musica, séries, diretores de filmes, manias e vícios, programas de tv, signos, comidas, livros, ex-sogra chata, relacionamentos, sentimentos, responsabilidade afetiva e até da morte do Kurt Cobain. Quando percebi, estávamos marcando um cinema pro outro dia. 

E o Rodrigo? Bem, o Rodrigo não interessa.

Continua... o próximo capitulo sairá no dia 24 de Agosto.

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