Sobre como é viver com ansiedade.

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Quando me acontece algo bom, por exemplo, por mais que eu tenha absoluta certeza da minha capacidade e merecimento, algo lá dentro de mim desperta a insegurança e me conta mentiras tentando me convencer, de que não mereço nem sou capaz de alcançar aquilo que desejo.

Ansiedade é quando eu me relaciono, às vezes, por mais que eu diga pra mim mesmo: vai com calma, por mais que eu vá, realmente, com calma, algo em mim sussurra me dizendo que eu preciso ir embora antes de colecionar mais uma decepção. E então, eu entro numa guerra comigo mesmo, um lado me dizendo que eu posso sim me permitir, o outro me alertando que vou me machucar. Às vezes é só a minha amiga intuição dizendo pra eu ter cuidado, mas às vezes é a ansiedade me falando que eu não consigo lidar com mais uma relação.


A ansiedade me faz construir um castelo de paranoias, do qual eu sou o rei, os meus soldados são os meus medos e a minha guerra é uma batalha comigo mesmo. Ou eu venço por mim, ou eu perco pra mim. E eu escolho sempre vencer.

A ansiedade me traz essa insegurança que aparece repentinamente, essa agonia de querer desistir e não encarar as coisas de frente, esse trauma de querer que as coisas aconteçam rápido demais quando eu sei, que na verdade, acontecem quando precisam acontecer. E se não acontecem agora, isso não quer dizer que nunca mais vão ocorrer.

Ansiedade é quando sinto que alguém despertou em mim um sentimento de querer ficar, me bate um desespero danado porque por mais que eu queira permanecer, eu sei que isso não tornam as coisas fixas e que a qualquer momento o outro pode partir.

Ansiedade é querer que o amanhã aconteça hoje, mas quando o amanhã fica mais próximo, tudo que desejo é que ele se torne ontem o mais rápido possível só pra eu não ter que lidar com isso.

Talvez chova amanhã, talvez não, talvez eu consiga realizar um sonho amanhã, talvez demore um pouco mais do que espero. Talvez na prova de amanhã na faculdade eu me saia bem, talvez eu não consiga uma boa nota amanhã, mas semana que vem quem sabe. Talvez eu precise compreender que não devo me cobrar tanto! E saber que as coisas vão acontecer no tempo, no momento e no lugar certo.

Há algum tempo eu convivo com a ansiedade e quando, de repente, me vem pensamentos que me fazem duvidar de mim mesmo, da minha capacidade colossal de amar a mim, e ao outro, do meu espaço grande o suficiente pra caber todos os meus sonhos e planos e da minha força latente de realizar todos eles - ou a maioria - eu encaro de frente e digo pra mim mesmo que essa porra toda vai passar.

E passa.

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